João Lindolfo Câmara nasceu em
Natal no dia 11 de maio de 1863. Estudou no Ateneu Norte-Rio-Grandense e
ingressou no Tesouro Provincial em 1881. Ativista das campanhas abolicionistas
no Rio Grande do Norte, foi membro da direção da Libertadora
Norte-Rio-Grandense em 1888 e um dos signatários da Ata da Proclamação da
República no Rio Grande do Norte. Após a proclamação da República (15/11/1889),
integrou também a Comissão Proclamadora da República nos municípios de São José
do Mipibu, Papari, Goianinha e Vera Cruz, por designação do governador Pedro
Velho de Albuquerque Maranhão.
Aprovado em concurso para a
Fazenda Nacional em 1890, exerceu o cargo de escriturário da Alfândega de
Recife. Na capital pernambucana, cursou a Faculdade de Direito e bacharelou-se
em 1894. Delegado fiscal no Paraná em 1899, nesse mesmo tornou-se contador, o
posto mais alto da carreira. Dando continuidade à trajetória profissional, foi
diretor da Recebedoria de Rendas na Bahia em 1901, conferente e inspetor da
Alfândega do Rio de Janeiro, então capital federal, em 1904, e oficial de
gabinete do ministro da Fazenda Davi Campista, em 1906.
Em 1908, assumiu o mandato de
deputado federal pelo Rio Grande do Norte na legenda do Partido Republicano,
ocupando vaga aberta pela saída de Alberto Maranhão, que assumira o governo do
estado. Reeleito em 1909, fez parte da Comissão de Tomada de Contas, participou
das discussões dos limites com o Peru e com o Uruguai e apresentou o projeto
que autorizava o traslado do corpo de dom Pedro II e punha fim ao exílio da
família imperial. Concluiu o mandato em dezembro de 1911.
Foi um dos fundadores do Clube dos
Funcionários Públicos Civis em 1916 e seu presidente até 1924, quando
renunciou. Inspetor da Caixa de Amortização em 1918 e novamente inspetor da
Alfândega do Rio de Janeiro em 1918 e 1930, com o triunfo do movimento
revolucionário de outubro de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder, chegou a
ser indicado presidente provisório do Rio Grande do Norte por Juarez Távora,
mas acabou sendo substituído por Irineu Joffily, por ser considerado por
setores revolucionários muito próximo das oligarquias apeadas do poder.
Aposentou-se em 1931.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 29
de julho de 1943.
Era casado com Constança Valença
Câmara, com quem teve dez filhos.
Publicou Contas assinadas (1923);
Projeto de reforma das tarifas (1928); Projeto de Código Aduaneiro (1929);
Tarifa dos impostos de consumo (1930); Na República Velha: aspectos
administrativos, econômicos, financeiros, políticos e sociais (1931); Memórias
e devaneios (1938).
FONTES: BRITO, R. Uma viagem;
CASCUDO, L. História; FERNANDES, L. Imprensa; MEDEIROS FILHO, J. Contribuição;
NONATO, R. Bacharéis; Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
(v. 294-295, 1972); SPINELLI, J. Getúlio.
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